terça-feira, 13 de abril de 2010

O rir sem saber





Quando eu era criança e Bethânia cantava “de repente fico rindo à toa sem saber por que”, eu não entendia muito bem. Poderia ser efeito de drogas, podia ser esquizofrenia, enfim, uma série de possibilidades que dariam razão ao fato de se rir sem motivo algum. Pois na minha cabeça infantil (que não mudou muito, por sinal), até para rir sem motivo tinha que ter ao menos UM ensejo, ora essa!

No caso da música, Bethânia ficou letárgica das idéias e com o riso solto por causa de um novo amor, uma paixão. Mas em meio à volubilidade sentimental que se vive hoje, nós temos é que dá um jeitinho ou outro pra poder provar dessa felicidade que dá e passa, que faz rir à toa sem sabe o por quê. Mas como?

Antes de sair comprando caixas e caixas de lexotan, vamos tentar encontrar respostas entre eles, os risonhos sem motivo algum, sejam eles artistas, loucos, bêbados ou cientistas da Universidade de Massachusetts.

Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade”, Carlos Drummond de Andrade. Bingo! Será que Drummond curtia uma birita? Com aquela carinha de bancário aposentado, acho que não era a dele não. O que o velho Drumma queria dizer com isso era que a felicidade é algo mais ligado ao impalpável, às sensações que independem de grana, de quantas conquistas se teve durante à vida ou quantos cargos você vai subir na empresa.

Outro bacana otimista como a porra, pra não dizer o contrário, Lord Byron, disse um dia desses:“A felicidade nasceu gêmea”. Ah, é claro! Ri sozinho é uma merda. Coisa melhor que dividir alegrias não há. E como já dizia o nosso queridinho Jobim, é impossível ser feliz sozinho. Logo, o amor é fundamental e rir junto é o segredo... E pode ser das coisas boas, das próprias mazelas ou do nada, sem saber por que.

Amar é uma arte, gargalhar com os queridos faz parte.

Sejam bem vindos!

Até sempre,
Brenda Ramos (Jornalista desempregada, gorda, feia, mas que não consegue encontrar motivos para achar a vida um saco.)

::Quer ouvir Cheiro de Amor, por Maria Bethânia? Vai lá: http://migre.me/wiCm